sábado, 31 de março de 2012

A motivação para a atividade física e esporte

A motivação para a atividade física e esporte

A palavra motivação parece ter um certo encantamento, principalmente quando falamos de atividade física em geral ou no esporte, em particular. Ao nos determos em alguns fenômenos que nos rodeiam, surgem inúmeras perguntas que, a príncipio, parecem difíceis de responder ou são respondidas de acordo com o senso comum, muitas vezes de forma equivocada. Vamos a algumas dessas perguntas:

• Por que existem pessoas que gostam de ir à academia exercitar-se durante horas a fio, sem manter qualquer relacionamento com outras pessoas, e outras para quem o exercício é secundário e o que vale mesmo é fazer uma atividade social?

• Por que algumas pessoas não conseguem se fixar em uma atividade física por muito tempo, preferindo variar o tipo de atividade?

• Por que alguns escolhem atividades individuais e outros, coletivas?

• Por que existem aqueles que gostam de atividades competitivas enquanto outros preferem as sem caráter competitivo?

• O que leva a um atleta a treinar longos períodos e, apesar de constantes derrotas, persistir em direção a uma melhor performance, querer participar de torneios importantes, abandonar a família e amigos, entregando-se a uma vida de restrições e de privações?

De maneira geral, poderíamos perguntar por que as pessoas fazem, deixam de fazer ou nunca fazem atividade física ou, ainda, o que leva alguém a fazer ou não uma atividade? Ou por fim: por qual motivo?

Pelo prisma da Psicologia, nenhum comportamento existe sem uma causa motivadora que o determine. Motivos são construções hipotéticas, aprendidas ao longo do desenvolvimento humano e servem para explicar comportamentos. As explicações para as ações baseiam-se na suposição de que a ação é determinada pelas expectativas e pelas avaliações de seus resultados e pelas suas consequências. Entre os motivos mais pesquisados está o motivo da realização, responsável pela motivação em situações de rendimento e competição. Esse motivo é considerado de maior relevância nas atividades físicas, no esporte em geral e nas aulas de Educação Física.



O motivo de realização refere-se ao esforço do indivíduo em concluir uma tarefa, atingir excelência, superar obstáculos, atuar melhor que os outros e orgulhar-se das habilidades possuídas. É a motivação que orienta as pessoas a realizarem suas aspirações, persistir quando erram e sentir orgulho ao atingir seus objetivos.

Os sujeitos com forte motivação para a realização trabalham mais, aprendem mais depresa e são mais competitivos do que aqueles que possuem baixo nível de motivação. No plano da ação, são aqueles que assumem responsabilidades pessoais pelos seus atos, que assumem riscos apenas moderados e que tentam atuar de maneira criativa e inovadora.

Por outro lado, sujeitos com baixa motivação, escolhem tarefas com dificuldade extrema e apresentam alta taxa de ansiedade quando colocados em situações nas quais são avaliados.

Estudos realizados em motivação para a realização também sugerem que indivíduos com altos níveis dessa motivação são independentes, mais persistentes em tarefas de dificuldades moderada, realistas ao estabelecer expectativas, fixam padrões de excelência cada vez mais altos por não se satisfazerem só com um determinado êxito, têm compreensão clara de seus objetivos e estão conscientes da relação entre as metas de realização presentes e objetivos futuros.

O primeiro passo para a compreensão do comportamento para a realização é entender que êxito e fracasso são estados psicológicos baseados na interpretação de eficácia do sujeito empenhado para a realização.

Para se desenvolver um nível de aspiração e uma percepção subjetiva de capacidade adequados é importante que as pessoas possam estabelecer suas próprias metas de rendimento nas atividades praticadas. Além de possibilitar a busca de metas compatíveis com sua capacidade, isso também diminui a atribuição externa no caso de não conseguir alcançá-las. Para isso, no entanto, é necessária a adoção de uma norma individual de referência; o que significa evitar situações que evidenciem a comparação entre as pessoas e valorizar os progressos individuais.

A exposição ao risco calculado favorece o convívio com a insegurança. No esporte, especificamente, é importante aproximar o treinamento de situações reais de competição, principalmente sob pressão de tempo e em inferioridade de desempenho.

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