A prática da
musculação é uma atividade classificada como atividade intermitente, ou seja,
que possui intervalos entre as execuções dos exercícios e metabolicamente é
classificada como atividade anaeróbia alática/lática. As adaptações
fisiológicas envolvidas com a prática da musculação estão totalmente ligadas às
adaptações do metabolismo anaeróbio lático/alático.
Esse metabolismo não utiliza o oxigênio para a produção
de energia, portanto as fontes principais energia para esse metabolismo
funcionar são as moléculas de ATP (adenosina trifosfato) e os carboidratos. As
ressínteses das moléculas de ATP são dependentes das ressínteses de CP
(creatina fosfato) que são essenciais para a retarda da fadiga intramuscular.
O metabolismo anaeróbio glicolítico (utilizado na
prática da musculação) irá gerar uma fadiga intramuscular que é dependente da
intensidade do treinamento exercido. Essa fadiga intramuscular é causada pela
liberação de uma substância chamada de lactato, que por sua vez irá fazer com
que o ph da célula muscular se altere, impossibilitando dessa forma a
continuidade da contração muscular causando a fadiga intramuscular.
Bom agora que está descrito de maneira breve o
metabolismo anaeróbio glicolítico que é utilizado na prática da musculação,
vamos discutir as adaptações fisiológicas.
De maneira aguda as adaptações fisiológicas são: Aumento
da sudorese (suor), aumento da frequência cardíaca, aumento da vascularização,
maior bombeamento sanguíneo para os músculos e maior vasodilatação
intramuscular causada pela vasoconstrição das contrações musculares exercidas.
De maneira crônica as adaptações fisiológicas são:
Aumento da secção transversa das fibras musculares (hipertrofia muscular),
aumento considerável da vascularização, aumento do calibre das veias, maior
retenção hídrica e de aminoácidos intramuscular, maior resistência ao lactato
(sistema de tamponamento ao lactato mais eficaz), melhor e maior ressíntese de
ATPS, maior concentração de glicogênio intramuscular e hepático, aumento do
metabolismo basal e melhor densidade e fortalecimento ósseo.
Já as atividades aeróbias são exercidas através da
ativação do metabolismo aeróbio ou metabolismo oxidativo. Na maioria das vezes
são classificadas como atividades contínuas, mas podem ser realizadas também de
maneira intervalada.
O metabolismo aeróbio utiliza a captação de moléculas de
oxigênio para a obtenção e produção de energia. Os nutrientes utilizados por
esse metabolismo para a obtenção de energia são os carboidratos e os lipídeos.
A utilização da água em processos bioquímicos é de extrema importância para que
o metabolismo oxidativo esteja sempre bem ativado, portanto mantenham-se sempre
bem hidratados durante qualquer atividade. Cada pessoa individualmente possui
uma condição de captação de oxigênio, que chamamos de VO2 (volume de oxigênio
captado na atividade) e é essa condição de captação que irá diferenciar o bom
desenvolvimento em atividades aeróbias ou o ruim. É claro que com a prática de
atividades aeróbias podemos melhorar e muito nosso VO2. Ela é importantíssima
não só para a utilização da gordura como fonte energética, mais para a melhora
do sistema cardiovascular em geral.
Com a ativação do metabolismo aeróbio em uma atividade
física, as adaptações fisiológicas agudas são: Aumento da frequência cardíaca
que é dependente da intensidade do treinamento que está sendo realizado,
aumento da captação de oxigênio (VO2), utilização da glicose e da gordura como
substratos energéticos, aumento da vascularização e bombeamento sanguíneos,
aumento da pressão arterial e geração de energia através de processos
bioquímicos particulares desse metabolismo como, por exemplo, o ciclo de Krebs
que ocorre dentro das mitocôndrias (células responsáveis pelo metabolismo oxidativo).
De maneira crônica, as adaptações fisiológicas são:
Efeito hipotensivo com duração de até de 48 horas pós-exercício, aumento do
número de mitocôndrias ativas para o melhor e maior funcionamento do
metabolismo oxidativo, melhora da circulação e irrigação sanguínea para a
periferia, aumento expressivo da condição de captação de volume de oxigênio
(VO2), aumento da velocidade da lipólise(quebra bioquímica do triglicerídeo
para ser utilizado como fonte energética) e aumento do EPOC, (captação de oxigênio
em repouso).
Bom pessoal, podemos perceber que através dessa simples
descrição das adaptações fisiológicas agudas e crônicas desses dois
metabolismos, que além de possuírem características individuais e únicas a
ativação dos DOIS são essências para que vocês tenham uma maior qualidade de
vida e performance de maneira completa.
Os praticantes de musculação irão utilizar os exercícios
aeróbios como complemento de seus treinos, obtendo dessa forma as adaptações
agudas e crônicas do metabolismo oxidativo e os praticantes de atividades
aeróbias irão treinar musculação como complemento ao seu treinamento visando
ter os mesmos benefícios.
Equilíbrio é a palavra chave para a obtenção da Saúde e
da qualidade de vida!